Como a Inteligência Artificial pode ser aplicada à educação


"Inteligência Artificial (IA) é um campo da ciência da computação que se concentra no desenvolvimento de sistemas e máquinas capazes de realizar tarefas que normalmente exigem inteligência humana". Quem afirma é a própria, por meio do Chat GPT - uma ferramenta orientada por inteligência artificial que simula a linguagem humana.
A princípio, parece um recurso intimidante e assustador. Mas Djayson Roberto Eger, especialista em Gestão de Desenvolvimento de Software e gerente de Arquitetura Corporativa, ajuda a decifrar qual é o papel dessa tecnologia na educação: "A Inteligência Artificial (IA) está mudando a maneira como ensinamos e aprendemos. Em vez de se concentrar em tarefas mecanizadas e de memorização, a educação agora pode se concentrar mais em habilidades humanas, como pensamento crítico, criatividade, comunicação e colaboração", explica.
Ele esclarece ainda que "a IA pode assumir tarefas repetitivas e de baixo nível, liberando tempo para os educadores se concentrarem em ensinar habilidades mais complexas e interativas. Ela também pode personalizar a aprendizagem para atender às necessidades individuais dos alunos. Isso pode ajudar a garantir que todos os estudantes recebam o apoio de que precisam para ter sucesso. Além disso, a IA pode ajudar a prepará-los para o futuro do mundo do trabalho".
Para Djayson, à medida que a Inteligência Artificial e outras tecnologias continuam a evoluir, haverá uma demanda crescente por habilidades que são distintamente humanas. "Ao integrar a IA na sala de aula, podemos ajudar os alunos a desenvolver essas habilidades e prepará-los para o futuro. No entanto, é importante lembrar que a IA é apenas uma ferramenta. O papel do educador ainda é crucial para orientar o processo de aprendizagem e garantir que a IA seja usada de maneira ética e eficaz. Em suma, a Inteligência Artificial tem o potencial de revolucionar a educação, elevando o padrão de ensino e permitindo uma exploração mais profunda dos temas pelos alunos", ressalta o gerente.
Apesar do poder renovador do recurso, ele chama a atenção para as provações que a educação encontrará pela frente: "A implementação da Inteligência Artificial na educação traz desafios significativos. Acredito que o mais crítico seja o acesso igualitário à tecnologia, independentemente da localização ou situação econômica do aluno e do professor. Os docentes também precisam ser treinados para usar a IA de forma eficaz. Isso não é apenas uma questão de aprender a utilizar novas ferramentas, mas também de entender como a IA pode ser integrada ao currículo para melhorar o ensino e a aprendizagem. Outro desafio é a avaliação - precisamos encontrar novas maneiras de avaliar o aprendizado dos alunos que reflitam essas mudanças. Por fim, é crucial preparar os discentes para esse futuro, desenvolvendo habilidades humanas que a IA não pode replicar. Todos esses desafios exigem uma abordagem colaborativa, envolvendo todos os interessados".
Além desses percalços, há ainda a resistência em relação à aplicação da Inteligência Artificial na educação. "Ao longo da história, a educação enfrentou resistência a cada introdução de uma nova tecnologia. A impressão de Gutenberg, embora tenha democratizado o acesso aos livros no século XV, gerou preocupações sobre a disseminação de informações incorretas. A caneta esferográfica, inventada no século XX, levou a temores sobre a degradação da escrita meticulosa. O advento dos computadores e da Internet suscitou receios de distração e diminuição do pensamento crítico. Em todos esses casos, a resistência inicial geralmente diminui conforme educadores e estudantes aprendem a integrar as novas ferramentas em suas práticas de ensino e aprendizado. Portanto, a questão não é necessariamente se a Inteligência Artificial fará com que os alunos estudem mais ou menos, mas como ela será usada. Se for utilizada como uma 'muleta' para evitar o trabalho duro de aprender, então pode, de fato, levar a menos estudo e a uma compreensão mais superficial. Mas, se for usada como uma ferramenta para complementar o aprendizado tradicional, para aprofundar a compreensão e para inspirar a curiosidade, pode resultar em um estudo mais eficaz e enriquecedor. A chave, então, não é a tecnologia em si, mas como ela é integrada ao processo educacional", enfatiza Djayson.

O especialista conclui destacando a importância do resgate do protagonismo humano nesse processo de aceitação e adaptação: "Enquanto navegamos pela era da Inteligência Artificial na educação, é essencial manter o foco no elemento humano. A tecnologia é uma ferramenta poderosa que pode transformar a maneira como ensinamos e aprendemos, mas não deve substituir a interação humana e o engajamento pessoal, tão fundamentais para a educação. Em meio à nossa corrida constante para acompanhar e dominar essas novas tecnologias, corremos o risco de nos distanciar de aspectos humanos fundamentais. O tempo que antes passávamos interagindo uns com os outros, explorando o mundo natural ou refletindo sobre nossas experiências está cada vez mais sendo consumido pela interação com máquinas. E, então, o que acontece com a essência que nos faz humanos? Sentimentos como amor e gratidão, capacidade de contemplar e apreciar o mundo à nossa volta, experiência de estar presente no momento - esses aspectos elementares da vida humana não podem ser negligenciados. É imprescindível lembrar que a tecnologia é uma ferramenta, não um mestre”, finaliza.
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