Boas práticas sociais para a diversidade cultural

“A cultura é a flor do ser humano - o fruto de nossas mentes, o produto de nossas tradições, a expressão de nossos anseios. Sua diversidade é maravilhosa, parte do rico entrelaço da civilização. A cultura também é uma potência - um empregador de milhões, um motor do progresso econômico, uma força de coesão social”. A asserção é de António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que apela ao mundo para apoiar a cultura e reconhecer o seu poder de dialogar com todos.
Contudo, como fazer a sociedade compreender essa importância? Para Karina Lakerbai, cientista social e analista de sustentabilidade da Cogna Educação, a resposta está em valorizar: ”Essa é a palavra-chave. Não tem nada que a gente valorize que não se torne prática, busca ativa ou tópico de discussão recorrente em nossas vidas. Se todos pudessem enxergar a riqueza dos espaços ocupados com pessoas culturalmente diversas em plena vivência com dignidade, certamente seríamos uma outra sociedade. É valorizando que encontraremos as soluções”.
E um dos mais eficientes meios de valorizar a diversidade cultural é adotar boas práticas sociais não só na cultura corporativa, mas também nas instituições de ensino. "A universidade é, ou esperamos que seja, um espaço de diversidade. Tem o papel de fazer a ponte entre teoria e prática. A ciência pressupõe discussões, análises, revisões do que e como fazemos. O ensino alinhado à prática é fundamental para a transformação social, com os alunos atuando em causas concretas e, desde cedo, percebendo como suas profissões podem agir no mundo para além do retorno financeiro”, destaca Karina.
Ela explica ainda que a atuação social para o desenvolvimento local é responsabilidade de toda e qualquer faculdade: “A criação e implementação de projetos ou iniciativas que aceleram a inclusão da diversidade em todas as suas formas e possibilidades em espaços não ocupados por essas minorias, que na prática, são maioria no nosso país, é um dos caminhos para o reconhecimento da importância da diversidade cultural. Com orgulho, podemos dizer que a Cogna entende seu papel social”, enfatiza.
Os números endossam a admiração. Nas faculdades da Kroton – empresa de Ensino Superior da Cogna Educação - só em 2021 foram mais de 3,7 milhões de atendimentos realizados à comunidade e mais de 22 mil alunos e professores envolvidos em iniciativas de impacto social, o que significa 24.538 horas de trabalho voluntário - aproximadamente, dois anos e oito meses de dedicação.
"Tivemos um projeto recente que atuou com o PL 490, que prevê a alteração de demarcação de terras indígenas. Alunos do curso de Direito de Eunápolis, na Bahia, foram até a aldeia da região para esclarecer o projeto de lei e discutir com as lideranças locais todas as questões envolvidas. Imagine como é rica a oportunidade de estar ali, frente a frente, fazendo história e não apenas lendo sobre ela”, conta Karina, sobre uma das iniciativas da rede que fomentam a diversidade cultural.
Além das propostas de ação, é imprescindível tornar o espaço universitário mais acessível. “Precisamos entender que os profissionais que estão no mercado, principalmente os de idade mais avançada e em posições de liderança, estiveram em espaços universitários pouco diversos e, naturalmente, com menos discussões acerca da importância da diversidade cultural. Quando a diversidade está no seu dia a dia, quando você está nos mesmos espaços de etnias, religiões e condições socioeconômicas absolutamente diferentes das suas, é quando você aprende, é quando você ressignifica, é quando você valoriza todo o aprendizado que se tem. E a oportunidade de olhar para fora da própria caixa só acontece quando algo desafia aquilo que, até então, você acreditava ser o certo”, observa a analista.
É também por isso que os impactos positivos da valorização da diversidade transcendem os limites dos grupos diretamente beneficiados: "Apoiar as comunidades locais para docentes e estudantes tem a ver com apoiar a sua própria vizinhança. É importante lembrar que a maioria dos nossos alunos são as primeiras pessoas da família a entrar no ensino superior. E, agora, a partir da profissão, mesmo enquanto estudantes, conseguem gerar proveitos para as suas próprias comunidades e ressignificar o potencial da profissão escolhida nas mudanças sociais tão necessárias para que o sonho do ensino superior seja de todos”, relata Karina.
"A longo prazo, nossa expectativa é que todos esses projetos representem empoderamento. E que, pelo exemplo dos nossos alunos, toda a população incluída nessas iniciativas veja o potencial da transformação positiva em suas vidas a partir da educação”, conclui ela.
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