Educação 4.0 no século XXI: impactos e desafios
Artigo Publicado em: 12 Março 2021

Atualmente, o mercado demanda cada vez mais por um profissional proativo, criativo, com espírito empreendedor e de liderança, que tenha bons relacionamentos pessoais e outras soft skills.
Muitas vezes, todas essas habilidades são desenvolvidas e adquiridas na fase adulta, quando o profissional percebe essa necessidade e opta por buscar conhecimento, seja por escolha ou intenção, para exercer melhor o seu ofício e alcançar novos patamares profissionais, respectivamente.
Nesse contexto, surgem os seguintes questionamentos:
Muitas vezes, todas essas habilidades são desenvolvidas e adquiridas na fase adulta, quando o profissional percebe essa necessidade e opta por buscar conhecimento, seja por escolha ou intenção, para exercer melhor o seu ofício e alcançar novos patamares profissionais, respectivamente.
Nesse contexto, surgem os seguintes questionamentos:
- Por que desenvolver essas competências somente na vida adulta?
- Dependendo da educação básica do indivíduo, adquirir essas habilidades se tornará algo mais fácil ou mais difícil?
- Como a escola pode preparar os estudantes para atender as demandas do mundo contemporâneo?
No século XXI, as instituições de ensino estão sendo cada vez mais impulsionadas pelo processo de transformação da educação clássica para a educação inovadora, pautada no uso de metodologias ativas, novas tecnologias e no aprender fazendo, como na Educação 4.0.
O que significa Educação 4.0?
A Educação 4.0 é uma abordagem educacional que incorpora práticas educativas realizadas no formato físico e digital, através de metodologias inovadoras e recursos tecnológicos.
Este termo faz referência ao momento atual que estamos vivendo, representado pela transição da Revolução Digital (ou terceira revolução industrial) para a Indústria 4.0 (ou quarta revolução industrial), que inclui as seguintes características:
Este termo faz referência ao momento atual que estamos vivendo, representado pela transição da Revolução Digital (ou terceira revolução industrial) para a Indústria 4.0 (ou quarta revolução industrial), que inclui as seguintes características:
- Inteligência artificial;
- Internet das coisas (IoT);
- Computação em nuvem;
- Big data e data analytics;
- Realidade aumentada;
- Cibersegurança;
- Robôs autônomos.
Quadro da evolução da educação de acordo com as revoluções industriais
Educação 1.0 | Educação 2.0 | Educação 3.0 | Educação 4.0 |
---|---|---|---|
Antes da Revolução Industrial | Depois da Revolução Industrial | Era da internet e da tecnologia | Quarta Revolução Industrial, era digital |
Singular | Massiva, repetitiva | Participativa | Em rede |
Elitizada | Popularizada, pasteurizada | Popularizada e criativa | Metodologias ativas |
Ensino individual | Ensino coletivo, trabalhos individuais | Ensino com base em trabalhos criativos de equipe | O aluno aprende junto ao professor, em trabalho de equipe |
Foco no educador | Foco na sala de aula | Foco no ensino híbrido (online e off-line) | Foco na experiência e no processo, foco em como é ensinado e não o que é ensinado |
Submissão do aluno | Memorização | Fomento do pensamento analítico | Professor como curador de múltiplos estímulos |
Fonte: Escolas Exponenciais.
Quadro da evolução da educação de acordo com as revoluções industriais
Educação 1.0 |
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Antes da Revolução Industrial |
Singular |
Elitizada |
Ensino individual |
Foco no educador |
Submissão do aluno |
Educação 2.0 |
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Depois da Revolução Industrial |
Massiva, repetitiva |
Popularizada, pasteurizada |
Ensino coletivo, trabalhos individuais |
Foco na sala de aula |
Memorização |
Educação 3.0 |
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Era da internet e da tecnologia |
Participativa |
Popularizada e criativa |
Ensino com base em trabalhos criativos de equipe |
Foco no ensino híbrido (online e off-line) |
Fomento do pensamento analítico |
Educação 4.0 |
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Quarta Revolução Industrial, era digital |
Em rede |
Metodologias ativas |
O aluno aprende junto ao professor, em trabalho de equipe |
Foco na experiência e no processo, foco em como é ensinado e não o que é ensinado |
Professor como curador de múltiplos estímulos |
Fonte: Escolas Exponenciais.
Na Indústria 4.0, a educação é baseada no learning by doing (aprender fazendo, em português) que consiste em assimilar o conhecimento por meio da experimentação, da colaboração, das vivências e das atividades práticas.
Como a Educação 4.0 mudará nossas escolas?
Na educação 4.0 o aluno aprende junto com o professor, como em um trabalho em equipe. O professor possui o papel de curador, responsável pelo planejamento de aulas, práticas e propostas pedagógicas que sejam estimulantes e coloquem ênfase em como o conhecimento é transferido e não no que é ensinado.
Neste cenário, o ambiente escolar também é modificado. Os espaços de ensino se tornam fluidos e colaborativos, substituindo a rigidez das escolas tradicionais.
Neste cenário, o ambiente escolar também é modificado. Os espaços de ensino se tornam fluidos e colaborativos, substituindo a rigidez das escolas tradicionais.
Que habilidades deve ter o professor da Educação 4.0?
Na Educação 4.0, o professor tem um papel de empoderar o estudante no ambiente escolar.
Para o empoderamento ocorrer, é necessário a transição do ensino passivo - apoiado pelo quadro e giz e consolidado pelo aluno copista - para uma experiência favorecida por trabalho em equipe, colaboração, resiliência e incentivo à autonomia.
Com uma proposta clara e metodologia adequada, os alunos terão condições de se desenvolver ao longo do tempo.
Para o empoderamento ocorrer, é necessário a transição do ensino passivo - apoiado pelo quadro e giz e consolidado pelo aluno copista - para uma experiência favorecida por trabalho em equipe, colaboração, resiliência e incentivo à autonomia.
Com uma proposta clara e metodologia adequada, os alunos terão condições de se desenvolver ao longo do tempo.
Metodologias ativas de aprendizagem
As metodologias ativas de aprendizagem são métodos de ensino que colocam o estudante como o maior responsável pelo próprio aprendizado. O objetivo da metodologia ativa é estimular interações e discussões que possam despertar o espírito participativo e a curiosidade dos alunos.
De acordo com William Glasser, criador da Teoria da Pirâmide de Aprendizado, a retenção e a absorção de conteúdo podem ocorrer de forma mais efetiva a depender do método de aprendizado utilizado. Quanto mais interativa for a atividade e mais ativa for a atuação do estudante, maior é o grau de fixação do conteúdo.
De acordo com William Glasser, criador da Teoria da Pirâmide de Aprendizado, a retenção e a absorção de conteúdo podem ocorrer de forma mais efetiva a depender do método de aprendizado utilizado. Quanto mais interativa for a atividade e mais ativa for a atuação do estudante, maior é o grau de fixação do conteúdo.

Diversos métodos de ensino inovadores, como a sala de aula invertida e a gamificação - métodos utilizados no ensino híbrido - são aplicadas como metodologias ativas, assim como o STEAM (Science, Technology, Engineering, Arts and Mathematics), considerado uma das tendências para o futuro da educação.
Também são tipos de metodologias ativas de aprendizagem:
Também são tipos de metodologias ativas de aprendizagem:
- Aprendizagem baseada em projetos: também conhecido como Project Based Learning (PBL), em inglês, se trata de um método moderno de aprendizado que estimula a resolução de um problema ou desafio a partir de soluções criativas. Para isso, o estudante deve realizar pesquisas para levantar hipóteses, efetuar análises e apresentar os resultados. A aprendizagem baseada em projetos induz a curiosidade, a proatividade e a comunicação, integrando teoria e prática.
- Aprendizagem entre times: também conhecido como Team Based Learning (TBL), em inglês, se trata de atividades aplicadas em grupos com o objetivo de induzir o trabalho em equipe, o pensamento crítico e a reflexão sobre temas e problemas diversos. A aprendizagem entre times fomenta a colaboração, a responsabilidade e a participação, favorecendo a construção de conhecimento e o aprendizado coletivo.
- Storytelling: esse método é utilizado para construir uma narrativa em torno do conteúdo educativo para que o conhecimento seja transmitido de uma forma mais atraente, e assim, ser assimilado de uma forma mais eficiente.
- Cultura maker: também conhecido como “Faça você mesmo” ou “Do it yourself” (DIY), em inglês, consiste no aprendizado a partir da fabricação e construção de objetos com as próprias mãos, para estimular a cultura “mão na massa”.
Como adaptar a escola a essa nova realidade?
Para dar o pontapé inicial, a inovação na sala de aula pode ser iniciada com o processo de humanização, para favorecer a evolução das competências socioemocionais, do pensamento crítico e da capacidade autodidata dos alunos, a partir do abandono do ensino passivo - do professor que escreve e aluno que copia - para o ensino onde o indivíduo participa ativamente das atividades de aula.
Além disso, é função das escolas preparar o ambiente educativo para receber projetos inovadores, criando um espaço propício para que os alunos possam criar e aprender fazendo.
Esse é um dos maiores desafios da Educação 4.0, pois é necessário romper uma série de barreiras e levar em consideração a desigualdade em um país que ainda sofre com a exclusão digital e também com a exclusão instrumental - quando há falta de computadores, dispositivos móveis e outros equipamentos tecnológicos, que impedem um ensino com maior qualidade e interatividade.
Além disso, é função das escolas preparar o ambiente educativo para receber projetos inovadores, criando um espaço propício para que os alunos possam criar e aprender fazendo.
Esse é um dos maiores desafios da Educação 4.0, pois é necessário romper uma série de barreiras e levar em consideração a desigualdade em um país que ainda sofre com a exclusão digital e também com a exclusão instrumental - quando há falta de computadores, dispositivos móveis e outros equipamentos tecnológicos, que impedem um ensino com maior qualidade e interatividade.