Novas Lições - 50 Anos (2006-2016) - Evando Neiva
2006 - 2016
Evando Neiva – Cofundador do Colégio Pitágoras
Postado por Andreza Cristina Marques - Fundação Pitágoras, em: 04/out./2019 10:00 am
"Todos os capítulos foram manuscritos logo ao acordar no meio das madrugadas e, por isso mesmo, a primeira coautora é a Laila. A sua ilimitada paciência e o incondicional apoio foram os primeiros alicerces das “Novas Lições”. Na tentativa de atenuar o incômodo, voltava para a cama puxando conversa sobre o assunto que mais nos fascina: os três netos, Mateus, Daniel e Luiza."
Professor Evando Neiva

Prefácio
Quando estudava Liderança em Educação, na Universidade de San Francisco/EUA, pude aprender com o professor Robert Lamp que “respeito, apoio e confiança, mutuamente compartilhados”, criam uma energia extraordinária para a solução de problemas.
Evando Neiva, Júlio Cabizuca e eu fizemos isso desde aquele longínquo 11 de abril de 1966: um exercício permanente pela busca de consenso e de coerência no comportamento empresarial.
Além desse princípio que alicerçou nossas relações, o Pitágoras tem em seu DNA algumas características fundamentais: busca incessante pela qualidade e pela transparência, valorização dos colaboradores e foco permanente nos alunos. A essas características se soma a competência em matéria de governança corporativa, de valores e de reputação.
Costumo dizer que a vida é uma oferta contínua de oportunidades, que você aproveita na medida de sua competência. Um bom exemplo foi o lançamento pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), em 1969, do vestibular unificado. Identificamos aquela oportunidade e nos organizamos para aproveitá-la. Dobramos de tamanho!
Quando o mercado de capitais atravessava um período de ouro, nova oportunidade bateu à porta. No final de 2006, alguns bancos nos procuraram, dizendo que o mercado de capitais estava receptivo e que o Pitágoras era uma empresa madura, preparada, com governança, auditada há muitos anos, com ótima história e muita credibilidade. Então, havia uma chance muito grande de termos sucesso em um IPO (Initial Public Offering - Oferta Pública Inicial), não obstante, naquele momento, fosse uma empresa pequena – 10 mil alunos no ensino superior e uma presença mais significativa na educação básica. Era chegado o momento de abrir o capital. A “noiva” estava vestida para casar.
Resolvemos apostar e, no final de maio, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) autorizou a abertura de capital. No dia 23 de julho de 2007, recebemos um volume substancial de recursos dos novos acionistas, que ficaram com aproximadamente 42% do capital total da empresa. Fundamental naquele momento, a entrada de recursos representava quase 3 vezes o faturamento que teríamos em 2007.
O presente volume descreve cronologicamente a história do Pitágoras a partir do IPO. O autor, parceiro e amigo Evando Neiva revê os primeiros 40 anos no livro “Lições Aprendidas”, no qual focaliza as grandes transformações nas áreas de educação, conhecimento, tecnologia e comportamento entre 1966 e 2005. Este “Novas Lições” aborda a sucessão de eventos relevantes que aconteceram nos últimos 10 anos, resultando na maior companhia for-profit com presença na Bolsa de Valores.
O IPO transformou o Pitágoras, começando pelo nome. Adotamos Kroton, uma referência à província de Crotone, Sul da Itália, onde, reza a lenda, o filósofo fundou a Escola Pitagórica, primeira Universidade da história.
Naquele momento, ela deixava de ser uma empresa de donos para ser dos acionistas. As paredes foram substituídas pelo vidro, para aumentar a transparência. Tínhamos que fazer a melhor gestão do capital de terceiros, atingindo os objetivos apresentados à CVM.
No final de 2008, travamos contato com aquele que veio a ser um parceiro extraordinário, o fundo de private equity Advent International. Ficamos sócios em junho de 2009, em uma sociedade extremamente frutífera e bem construída, em que os dois lados estavam representados pelos três fundadores e pelos três diretores da Advent, renovando e ampliando os princípios de respeito, apoio e confiança mutuamente compartilhados.
Adquirimos nova expertise na melhoria da estruturação financeira da Companhia e em fusões e aquisições. Com a nova entrada de capital, viabilizou-se a aquisição da IUNI, em 2010. A instituição tinha 45 mil alunos e a Kroton, o mesmo. Mais uma vez, dobramos de tamanho. De bônus, ganhamos a contribuição preciosa do Rodrigo Galindo, nosso CEO. O passo seguinte, em dezembro de 2011, foi a aquisição da UNOPAR, maior empresa de ensino a distância do Brasil. Finalmente, em abril de 2013, acertamos as bases da fusão com a Anhanguera, ratificada pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) em agosto de 2014.
Esta é a linha do tempo de uma empresa que nasceu em uma sala alugada, em 1966, com 5 professores e 35 alunos. Não poderia deixar de citar o brilhante professor João Lucas Mazoni de Andrade, que permaneceu conosco por 20 anos, e a presença iluminada de Marcos Mares Guia, irmão e mentor, que embarcara conosco naquela viagem sem volta. Que Deus o tenha!
No limiar dos 50 anos, a Kroton orgulha-se de ser uma empresa contemporânea, que busca retribuir à sociedade o que essa lhe ofereceu por meio de consistente programa de responsabilidade social.
Nada disso seria possível sem a amizade e o companheirismo de Cabizuca e Evando, desde a primeira hora. Sou extremamente grato por ter podido desfrutar esses 50 anos com vocês, com nossos conselheiros, diretores e colaboradores em todos os níveis.
Professor Júlio Cabizuca
Sócio-Fundador do Pitágoras